Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "O Desafio de Ferro"
Autor: Holly Black e Cassandra Claire
Editora: #irado (Novo Conceito)
ISBN: 9788581635576
Ano: 2014
Páginas: 384
Skoob: Livro
Estrelas: 5
Sinopse: "Amigos e Inimigos. Perigo e Magia. Morte e Vida.
A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro.
Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar.
Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior... mas falha em seu plano de falhar.
Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro.
Magisterium: O Desafio de Ferro nasceu da extraordinária imaginação das autoras best-sellers Holly Black e Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e inexplorado".
***
“Quando os magos entram em
guerra, o que acontece com frequência, eles não se importam com a morte das
pessoas”.
Essa semana falaremos
sobre um livro que, no inicio me deixou com um pé atrás, mas depois que eu
comecei a ler, não teve jeito. ENGOLI, literalmente, essa história maravilhosa.
Mas antes, vamos conhecer quem escreve essa história, e desta vez são duas
escritoras famosíssimas. A primeira é a norte-americana Holly Black.
Holly mora em West Long
Beach, New Jersey e ficou mundialmente famosa após escrever a série de livros da
série “Crônicas de Spiderwick”. Ela é uma grande colecionadora de livros raros
de folclore. Em seus primeiros anos de vida ela morou em uma mansão abandonada
em estilo vitoriano com sua mãe, que contava a ela várias histórias de
fantasmas e fadas. Seu primeiro livro, “Tithe: A Modern Faerie Tale”, foi muito
bem recebido pela crítica e foi publicado no outono de 2002. A escritora só
viria a ficar famosa um pouco mais tarde, com o lançamento do livro “As
Crônicas de Spiderwick: O Guia de Campo”, primeiro livro da série Spiderwick.
Além disso, holly também é conhecida pela série “Mestres da Maldição”.
Além dela, o livro é
escrito em parceria com uma autora não muito famosa, a Cassandra Clair... SIM
ISSO FOI UMA IRONIA. Conhecida por escrever a série de livros best-seller “Os
Instrumentos Mortais”, Claire é filha de pais norte-americanos, nascida em
Teerã, no Irã. Passou grande parte de sua infância viajando pelo mundo com sua
família. Viveu na França, Inglaterra e Suíça antes de completar dez anos de
idade. Com as frequentes mudanças de sua família, Clare encontrou familiaridade
nos livros e sempre encontrava-se com um debaixo do braço. Estudou em um
colégio de Los Angeles, onde ela costumava escrever histórias para divertir
seus colegas, incluindo um romance épico chamado "The Beautiful Cassandra",
baseado na história homônimo de Jane Austen. Após a faculdade, Clare começou a
trabalhar em inúmeras revistas de entretenimento e tabloides, incluindo The
Hollywood Reporter. Ela mora atualmente em Amherst, Massachusetts, com seu
marido, Joshua Lewis, e três gatos.
Apresentações feitas,
vamos ao que importa? Ou seja, mudar essa sua opinião sobre esse livro e sobre
ele ser uma cópia de Harry Potter.
“Não há nada com que se
preocupar no Magisterium. Escola de Pôneis
demoníacos, lá vamos nós”.
Callum Hunt cresceu com
duas coisas certas em sua vida: Sua perna era zuada, e nunca se concertaria, e
magia não era uma boa coisa. Seu pai sempre lhe ensinou que ter dons mágicos,
ter controle sobre os elementos, não era algo bom. Ter esse poder significava
que ele teria que passar pelo desafio de ferro, o que significava que ele corria
o risco de ir para o Magisterium. E ir para o Magistérium não era uma boa
coisa.
Era uma escola que
ficava em baixo da terra, cheia de túneis, como um labirinto, e as pessoas se
perdiam e quase sempre morriam lá dentro.
Mas infelizmente seus
poderes apareceram e ele realmente precisava fazer o desafio. Desta forma, caso
não passasse seus poderes seriam contidos e sua vida normal e sozinha com seu
velho pai continuaria a mesma. Na hora do desafio ele fez o que pode para
falhar. Mas no final ficou triste, pois, no fundo, ele não tentou fazer tudo
errado, ele fez tudo o que fez pois não sabia o que fazer. Era como se ele
estivesse tentando falhar de propósito, mas em algum momento o jogo virou e ele
falhou por incompetência.
Call foi o primeiro
aspirante a mago da história que ficou com um resultado negativo no desafio.
Ficou em último lugar, atrás até mesmo daqueles que não tinham poderes algum. Mas
nem isso foi capaz de impedir que o melhor e mais famoso mestre do Magisterium,
o Mestre Rufus, o escolhesse como aprendiz. Neste momento a vida de Call mudou
completamente. Tirado a força de seu pai, que não queria que ele fosse para a
escola de magia, Call se viu em frente ao fim do caminho. Ele não podia
recusar, ele havia sido escolhido e desistir ou não aceitar a vaga não era uma
opção. Teria que passar pelo menos pelo ano de ferro para só então sair daquele
lugar.
Mas, antes mesmo do ano
terminar, Call perceberá que seu lugar, talvez seja ali. Com seus novos
companheiro – os primeiros em sua vida toda – e com seus poderes elementais.
“A água quer fluir. O ar quer se
erguer. A terra quer unir. O caos quer devorar. Call quer viver”.
Na verdade o livro é um
pouco parecido com Harry Potter sim. Mas vale lembrar, antes de qualquer coisa,
que uma das autoras é louca por Harry Potter. Cassandra é a mais famosa escritora
de fanfics de Harry Potter e seus livros ocasionalmente se coincidem com os livros
de Black, com Clare mencionando personagens dos livros de Black e vice-versa.
Mas a história é incrivelmente
diferente. Ela flui de uma forma mágica, literalmente. Quem vê o livro e o seu
tamanho, acha que a leitura vai levar semanas, mas eu acabei lendo ele meio que
inteiro em coisa de três dias.
Call, acostumado com
aquela vida de bulling e de exclusão, por conta de sua perna, que não é boa,
acorda em um verdadeiro pesadelo quando se da conta de que está indo para o
Magisterium. Mas a lavagem cerebral que seu pai fez, o que levou o menino a
acreditar que a escola subterrânea era o pior e mais perigoso lugar do mundo,
logo some quando ela começa a entender seus poderes, a ver como o lugar é majestoso,
e cheio de mágica, e também quando começa a perceber que os outros dois
aprendizes de Rufus, Tamara e Aaron, são realmente seus amigos.
A escrita é rápida,
fluida e cheia de conhecimento. Acho que o mais importante quando um autor se propõe
a mostrar um novo mundo aos leitores são os detalhes. Normalmente muitos erram
a mão e transformam o livro em uma série de descrições milimétricas que acabam
com a leitura – Lauren Oliver coff coff -, mas as autoras acertaram em cheio.
Elas nos municiam com as informações necessárias e principais, e o resto é com
a gente.
A trama e o enredo
também são algo que vale a pena comentar. Eu fui feito de idiota do começo ao
fim. Já estava com aquele ar de “hum, já desvendei a trama toda. Sou foda!”,
dai quando cheguei ao fim eu simplesmente levei um tombo. Um tiro.
Acreditei que esse seria
aquele livro atípico onde o personagem principal, pelo qual a visão é focada,
não é o protagonista. Aaron acaba ganhando um grande papel na história bem debaixo
dos nossos narizes, sem nem a gente perceber... Mas, meus queridos, não
acreditem nisso por muito tempo.
Vale a pena lembrar que
o livro não tem nada a ver com Harry Potter. É algo totalmente diferente.
Enquanto Harry é voltado para a magia em si – com varinhas, poções e feitiços
-, essa história é voltada para a alquimia, o uso e controle dos elementos. Claro
que, como uma fanfic da serie do bruxo mais famoso mundo, algumas coisas são
parecidas, como, por exemplo, ser um trio de amigos, uma escola de magia, Call
também perde a mãe enquanto é um recém nascido e carrega um fardo que ninguém
conhece, e tem também o super vilão do Caos e etc. Acredito que nada disso
atrapalha nem faz a história perder credito.
Mas é minha obrigação
dizer que a coisa da alma SPOILER foi forçação de barra. Eu poderia pensar em
trezentas outras coisas que não tivessem a ver com alma nem nada, mas fazer o
que, não é? Só podemos torcer para que as autoras não percam a mão nos próximos
volumes.
Um livro que vale a pena
você conhecer. Não vai se arrepender.
22/55