6 de junho de 2016

Resenha - O Desafio de Ferro

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "O Desafio de Ferro"
Autor: Holly Black e Cassandra Claire
Editora: #irado (Novo Conceito)
ISBN: 9788581635576
Ano: 2014
Páginas: 384
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Amigos e Inimigos. Perigo e Magia. Morte e Vida. 
A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro. 
Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar. 
Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior... mas falha em seu plano de falhar.
Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro. 
Magisterium: O Desafio de Ferro nasceu da extraordinária imaginação das autoras best-sellers Holly Black e Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e inexplorado". 


***

“Quando os magos entram em guerra, o que acontece com frequência, eles não se importam com a morte das pessoas”.

Essa semana falaremos sobre um livro que, no inicio me deixou com um pé atrás, mas depois que eu comecei a ler, não teve jeito. ENGOLI, literalmente, essa história maravilhosa. Mas antes, vamos conhecer quem escreve essa história, e desta vez são duas escritoras famosíssimas. A primeira é a norte-americana Holly Black.
Holly mora em West Long Beach, New Jersey e ficou mundialmente famosa após escrever a série de livros da série “Crônicas de Spiderwick”. Ela é uma grande colecionadora de livros raros de folclore. Em seus primeiros anos de vida ela morou em uma mansão abandonada em estilo vitoriano com sua mãe, que contava a ela várias histórias de fantasmas e fadas. Seu primeiro livro, “Tithe: A Modern Faerie Tale”, foi muito bem recebido pela crítica e foi publicado no outono de 2002. A escritora só viria a ficar famosa um pouco mais tarde, com o lançamento do livro “As Crônicas de Spiderwick: O Guia de Campo”, primeiro livro da série Spiderwick. Além disso, holly também é conhecida pela série “Mestres da Maldição”.
Além dela, o livro é escrito em parceria com uma autora não muito famosa, a Cassandra Clair... SIM ISSO FOI UMA IRONIA. Conhecida por escrever a série de livros best-seller “Os Instrumentos Mortais”, Claire é filha de pais norte-americanos, nascida em Teerã, no Irã. Passou grande parte de sua infância viajando pelo mundo com sua família. Viveu na França, Inglaterra e Suíça antes de completar dez anos de idade. Com as frequentes mudanças de sua família, Clare encontrou familiaridade nos livros e sempre encontrava-se com um debaixo do braço. Estudou em um colégio de Los Angeles, onde ela costumava escrever histórias para divertir seus colegas, incluindo um romance épico chamado "The Beautiful Cassandra", baseado na história homônimo de Jane Austen. Após a faculdade, Clare começou a trabalhar em inúmeras revistas de entretenimento e tabloides, incluindo The Hollywood Reporter. Ela mora atualmente em Amherst, Massachusetts, com seu marido, Joshua Lewis, e três gatos.
Apresentações feitas, vamos ao que importa? Ou seja, mudar essa sua opinião sobre esse livro e sobre ele ser uma cópia de Harry Potter.

“Não há nada com que se preocupar no Magisterium. Escola de Pôneis  demoníacos, lá vamos nós”.

Callum Hunt cresceu com duas coisas certas em sua vida: Sua perna era zuada, e nunca se concertaria, e magia não era uma boa coisa. Seu pai sempre lhe ensinou que ter dons mágicos, ter controle sobre os elementos, não era algo bom. Ter esse poder significava que ele teria que passar pelo desafio de ferro, o que significava que ele corria o risco de ir para o Magisterium. E ir para o Magistérium não era uma boa coisa.
Era uma escola que ficava em baixo da terra, cheia de túneis, como um labirinto, e as pessoas se perdiam e quase sempre morriam lá dentro.
Mas infelizmente seus poderes apareceram e ele realmente precisava fazer o desafio. Desta forma, caso não passasse seus poderes seriam contidos e sua vida normal e sozinha com seu velho pai continuaria a mesma. Na hora do desafio ele fez o que pode para falhar. Mas no final ficou triste, pois, no fundo, ele não tentou fazer tudo errado, ele fez tudo o que fez pois não sabia o que fazer. Era como se ele estivesse tentando falhar de propósito, mas em algum momento o jogo virou e ele falhou por incompetência.
Call foi o primeiro aspirante a mago da história que ficou com um resultado negativo no desafio. Ficou em último lugar, atrás até mesmo daqueles que não tinham poderes algum. Mas nem isso foi capaz de impedir que o melhor e mais famoso mestre do Magisterium, o Mestre Rufus, o escolhesse como aprendiz. Neste momento a vida de Call mudou completamente. Tirado a força de seu pai, que não queria que ele fosse para a escola de magia, Call se viu em frente ao fim do caminho. Ele não podia recusar, ele havia sido escolhido e desistir ou não aceitar a vaga não era uma opção. Teria que passar pelo menos pelo ano de ferro para só então sair daquele lugar.
Mas, antes mesmo do ano terminar, Call perceberá que seu lugar, talvez seja ali. Com seus novos companheiro – os primeiros em sua vida toda – e com seus poderes elementais.

“A água quer fluir. O ar quer se erguer. A terra quer unir. O caos quer devorar. Call quer viver”.

Na verdade o livro é um pouco parecido com Harry Potter sim. Mas vale lembrar, antes de qualquer coisa, que uma das autoras é louca por Harry Potter. Cassandra é a mais famosa escritora de fanfics de Harry Potter e seus livros ocasionalmente se coincidem com os livros de Black, com Clare mencionando personagens dos livros de Black e vice-versa.
Mas a história é incrivelmente diferente. Ela flui de uma forma mágica, literalmente. Quem vê o livro e o seu tamanho, acha que a leitura vai levar semanas, mas eu acabei lendo ele meio que inteiro em coisa de três dias.
Call, acostumado com aquela vida de bulling e de exclusão, por conta de sua perna, que não é boa, acorda em um verdadeiro pesadelo quando se da conta de que está indo para o Magisterium. Mas a lavagem cerebral que seu pai fez, o que levou o menino a acreditar que a escola subterrânea era o pior e mais perigoso lugar do mundo, logo some quando ela começa a entender seus poderes, a ver como o lugar é majestoso, e cheio de mágica, e também quando começa a perceber que os outros dois aprendizes de Rufus, Tamara e Aaron, são realmente seus amigos.
A escrita é rápida, fluida e cheia de conhecimento. Acho que o mais importante quando um autor se propõe a mostrar um novo mundo aos leitores são os detalhes. Normalmente muitos erram a mão e transformam o livro em uma série de descrições milimétricas que acabam com a leitura – Lauren Oliver coff coff -, mas as autoras acertaram em cheio. Elas nos municiam com as informações necessárias e principais, e o resto é com a gente.
A trama e o enredo também são algo que vale a pena comentar. Eu fui feito de idiota do começo ao fim. Já estava com aquele ar de “hum, já desvendei a trama toda. Sou foda!”, dai quando cheguei ao fim eu simplesmente levei um tombo. Um tiro.
Acreditei que esse seria aquele livro atípico onde o personagem principal, pelo qual a visão é focada, não é o protagonista. Aaron acaba ganhando um grande papel na história bem debaixo dos nossos narizes, sem nem a gente perceber... Mas, meus queridos, não acreditem nisso por muito tempo.
Vale a pena lembrar que o livro não tem nada a ver com Harry Potter. É algo totalmente diferente. Enquanto Harry é voltado para a magia em si – com varinhas, poções e feitiços -, essa história é voltada para a alquimia, o uso e controle dos elementos. Claro que, como uma fanfic da serie do bruxo mais famoso mundo, algumas coisas são parecidas, como, por exemplo, ser um trio de amigos, uma escola de magia, Call também perde a mãe enquanto é um recém nascido e carrega um fardo que ninguém conhece, e tem também o super vilão do Caos e etc. Acredito que nada disso atrapalha nem faz a história perder credito.
Mas é minha obrigação dizer que a coisa da alma SPOILER foi forçação de barra. Eu poderia pensar em trezentas outras coisas que não tivessem a ver com alma nem nada, mas fazer o que, não é? Só podemos torcer para que as autoras não percam a mão nos próximos volumes.
Um livro que vale a pena você conhecer. Não vai se arrepender.
22/55

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