29 de agosto de 2016

Resenha - Tudo pode acontecer

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Tudo pode acontecer"
Autor: Will Walton
Editora: V&R
ISBN:  9788576839316
Ano: 2015
Páginas: 248
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Tretch Farm vive em uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O que torna ainda mais difícil o fato de ele estar apaixonado por Matt, seu melhor amigo. Matt não desconfia de absolutamente nada e Tretch não sabe se isso é bom ou ruim... Para ele o problema não é apenas com Matt. Sua família não tem ideia de quem ele realmente é e o que ele realmente pensa no auge dos seus quinze anos. sua mãe acredita que o filho está prestes a sair com uma garota. E Bobby Handel, que sempre insinua que Tretch é gay na escola, mal sabe que está bem perto da verdade. Aos poucos essa história revela que viver uma mentira pode não ser a melhor escolha para alguém que busca a felicidade".


***

“Quando ela disse ‘amém’, soltei a mão dele. Quer dizer, soltei a mão dele fisicamente. O restante de mim continuou agarrado ali”.

Bom, essa semana, seguindo com a maratona de “Livros para tentar inspirar minha vida afetiva amorosa que esta um lixo”, eu li o romance de estreia do autor Will Walton. Acreditem, eu fucei todos os lugares, mas não achei nada dele. O que sei, que esta na orelha do livro, é que ele trabalha como vendedor na livradia Avid Books, em Athens, Georgia, EUA. E que esse seu primeiro livro foi editado por ninguém mais, ninguém menos que Deus... Quer dizer, David Levithan.
Me desculpem a escassez, mas tecnicamente ele é super novo no mercado e parece não ter ainda uma pagina na Wikipédia ou GoodReads. Mas vamos logo ao que realmente interessa.

"Uma estreia admirável sobre a trajetória totalmente imprevisível e irremediável de estar apaixonado e reconhecer o seu lugar no mundo” – David Levithan.

Tretch Farm – ou apenas Richard – tem 15 anos e se apaixonou por seu melhor amigo, Matt Gooby, na igreja. É, isso mesmo, em algum momento durante um sermão sobre viver o agora e aproveitar o momento, Matt segurou sua mão e pronto, ele sabia que estava apaixonado.
Desde que Matt mudou para a cidade com seus dois pais, Paps e Paiê – sim, ele tem dois pais, engole essa família tradicional – Tretch e ele sempre foram melhores amigos. Matt o protegia das brincadeiras maldosas de Bobby e talvez por isso – e também pelo físico, cabelos meio longo, olhos verdes e aquele espacinho por entre seus dentes – Tretch tenha se apaixonado.
Mas a verdade é que Matt não gostava de garotos. Ele era apaixonado por Amy, uma das garotas mais lindas da escola. E isso de certo modo acabava com Tretch. Não que ele fosse fazer algo, mas ver a forma como seu amigo era louco por ela o deixa muito triste, em partes.
Com o inicio das férias de fim de ano, as coisas mudam um pouco quando Matt finalmente consegue chamar Amy para “sair” e Tretch começa a ver que a coisa está ficando séria. Junto com isso, mil outras coisas começam a acontecer em sua vida, e agora Tretch precisa lidar com seus problemas, com problemas familiares, com uma garota que está afim dele e com o fato de que ele é apaixonado por outro garoto e esse garoto não o vê como nada mais que um amigo.

“Há três coisas que me espantam – Não, quatro coisas que eu não consigo entender: Uma águia que plana no céu, uma serpente que rasteja sobre uma pedra, um navio que desliza no mar e o amor entre um homem e uma mulher”.

O mais incrível desse livro é que eu comecei a ler e na hora pensei: “Gente, foi o David Levithan que escreveu esse livro?”. Mas dai eu olhei a orelha e li que quem editou o livro foi ele, então dá pra entender o porquê se parece tanto.
Não há duvidas que Will Walton escreve maravilhosamente bem. Ele escreve daquele jeito que eu tanto amo: descontraído, sentimental e um tanto quanto louco. Nos traz não só acontecimentos atuais na história, mas também cenas e fatos do passado do personagem, reflexões e também pensamentos – sem falar nas “realidades alternativas” que Tretch Farm cria em sua mente.
Notei muitas reclamações em relação a sinopse do livro. Nem me dei ao trabalho de ler. Muitos reclamaram do fato de Tretch e Matt não acabarem juntos e etc. Acho corajoso da parte do autor criar um enredo em que nem tudo gire em torno de uma paixonite de ensino médio. Ele nos presenteia com algo a mais, ele nos mostra um pouco mais de amadurecimento pessoal.
Passamos de um Tretch apaixonado por seu melhor amigo para um Tretch que tenta se entender e entender sua realidade, seus problemas familiares, seus problemas pessoais, bulling, aceitação social... Nada de forma tão pesada, tudo bem light, mas ainda assim diferente do normal.
Confesso que fui obrigado a ouvir as musicas da Ellie Gouding – que eu realmente odeio – e também da Taylor Swift – por motivos apenas de não conhecer as citadas. Tretch realmente cita elas a todo momento. Primeiro é uma surra de Taylor Swift – Shake it off e fifteen – e depois vem os malditos “ih, ih, ih, iiiih” da Ellie, seguidos pela musica “Halcyon”. No final acabei adicionando quase todas no meu Spotfy porque são realmente boas. Nada demais, só boas.
Li, novamente, esse livro em um dia, porque, sinceramente, ele é muito viciante. Você se envolve com a trama, que é bem simples, e não quer parar. É muito bem pegar livros que façam isso com você. Em um momento estamos preocupados com o coração de Tretch, depois com o câncer de um de seus avós e depois com o nascimento do bezerro. Isso sim é trama. Sem falar que: Só eu que percebi que possivelmente o Tio do Tretch que se suicidou é gay?
Os personagens também ajudaram muito. São todos tão diferentes e interessantes ao mesmo tempo. Matt, seus dois pais, Amy, Lana, Joe, os avós e pais de Tretch, Bobby... É uma trama tão simples, mas tão encantadora. Faz você ficar com os olhos molhados em vários momentos, e te faz rir bastante também. Acho que achei mais um autor preferido.

Obs.: O titulo do livro teria muito mais sentido se continuassem em inglês, fazendo alusão a musica da Ellie... E a capa americana é muito mais incrível, convenhamos!
34/55

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