Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Autor: Will Walton
Editora: V&R
ISBN: 9788576839316
Ano: 2015
Páginas: 248
Skoob: Livro
Estrelas: 5
Sinopse: "Tretch Farm vive em uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O que torna ainda mais difícil o fato de ele estar apaixonado por Matt, seu melhor amigo. Matt não desconfia de absolutamente nada e Tretch não sabe se isso é bom ou ruim... Para ele o problema não é apenas com Matt. Sua família não tem ideia de quem ele realmente é e o que ele realmente pensa no auge dos seus quinze anos. sua mãe acredita que o filho está prestes a sair com uma garota. E Bobby Handel, que sempre insinua que Tretch é gay na escola, mal sabe que está bem perto da verdade. Aos poucos essa história revela que viver uma mentira pode não ser a melhor escolha para alguém que busca a felicidade".
***
“Quando ela disse ‘amém’,
soltei a mão dele. Quer dizer, soltei a mão dele fisicamente. O restante de mim
continuou agarrado ali”.
Bom, essa semana,
seguindo com a maratona de “Livros para tentar inspirar minha vida afetiva
amorosa que esta um lixo”, eu li o romance de estreia do autor Will Walton.
Acreditem, eu fucei todos os lugares, mas não achei nada dele. O que sei, que
esta na orelha do livro, é que ele trabalha como vendedor na livradia Avid
Books, em Athens, Georgia, EUA. E que esse seu primeiro livro foi editado por
ninguém mais, ninguém menos que Deus... Quer dizer, David Levithan.
Me desculpem a escassez,
mas tecnicamente ele é super novo no mercado e parece não ter ainda uma pagina
na Wikipédia ou GoodReads. Mas vamos logo ao que realmente interessa.
"Uma estreia admirável
sobre a trajetória totalmente imprevisível e irremediável de estar apaixonado e
reconhecer o seu lugar no mundo” – David Levithan.
Tretch Farm – ou apenas
Richard – tem 15 anos e se apaixonou por seu melhor amigo, Matt Gooby, na
igreja. É, isso mesmo, em algum momento durante um sermão sobre viver o agora e
aproveitar o momento, Matt segurou sua mão e pronto, ele sabia que estava
apaixonado.
Desde que Matt mudou
para a cidade com seus dois pais, Paps e Paiê – sim, ele tem dois pais, engole
essa família tradicional – Tretch e ele sempre foram melhores amigos. Matt o
protegia das brincadeiras maldosas de Bobby e talvez por isso – e também pelo físico,
cabelos meio longo, olhos verdes e aquele espacinho por entre seus dentes –
Tretch tenha se apaixonado.
Mas a verdade é que Matt
não gostava de garotos. Ele era apaixonado por Amy, uma das garotas mais lindas
da escola. E isso de certo modo acabava com Tretch. Não que ele fosse fazer
algo, mas ver a forma como seu amigo era louco por ela o deixa muito triste, em
partes.
Com o inicio das férias
de fim de ano, as coisas mudam um pouco quando Matt finalmente consegue chamar
Amy para “sair” e Tretch começa a ver que a coisa está ficando séria. Junto com
isso, mil outras coisas começam a acontecer em sua vida, e agora Tretch precisa
lidar com seus problemas, com problemas familiares, com uma garota que está
afim dele e com o fato de que ele é apaixonado por outro garoto e esse garoto
não o vê como nada mais que um amigo.
“Há três coisas que me espantam
– Não, quatro coisas que eu não consigo entender: Uma águia que plana no céu,
uma serpente que rasteja sobre uma pedra, um navio que desliza no mar e o amor
entre um homem e uma mulher”.
O mais incrível desse
livro é que eu comecei a ler e na hora pensei: “Gente, foi o David Levithan que
escreveu esse livro?”. Mas dai eu olhei a orelha e li que quem editou o livro
foi ele, então dá pra entender o porquê se parece tanto.
Não há duvidas que Will
Walton escreve maravilhosamente bem. Ele escreve daquele jeito que eu tanto
amo: descontraído, sentimental e um tanto quanto louco. Nos traz não só
acontecimentos atuais na história, mas também cenas e fatos do passado do
personagem, reflexões e também pensamentos – sem falar nas “realidades
alternativas” que Tretch Farm cria em sua mente.
Notei muitas reclamações
em relação a sinopse do livro. Nem me dei ao trabalho de ler. Muitos reclamaram
do fato de Tretch e Matt não acabarem juntos e etc. Acho corajoso da parte do
autor criar um enredo em que nem tudo gire em torno de uma paixonite de ensino
médio. Ele nos presenteia com algo a mais, ele nos mostra um pouco mais de
amadurecimento pessoal.
Passamos de um Tretch
apaixonado por seu melhor amigo para um Tretch que tenta se entender e entender
sua realidade, seus problemas familiares, seus problemas pessoais, bulling,
aceitação social... Nada de forma tão pesada, tudo bem light, mas ainda assim
diferente do normal.
Confesso que fui
obrigado a ouvir as musicas da Ellie Gouding – que eu realmente odeio – e também
da Taylor Swift – por motivos apenas de não conhecer as citadas. Tretch
realmente cita elas a todo momento. Primeiro é uma surra de Taylor Swift –
Shake it off e fifteen – e depois vem os malditos “ih, ih, ih, iiiih” da Ellie,
seguidos pela musica “Halcyon”. No final acabei adicionando quase todas no meu
Spotfy porque são realmente boas. Nada demais, só boas.
Li, novamente, esse
livro em um dia, porque, sinceramente, ele é muito viciante. Você se envolve
com a trama, que é bem simples, e não quer parar. É muito bem pegar livros que
façam isso com você. Em um momento estamos preocupados com o coração de Tretch,
depois com o câncer de um de seus avós e depois com o nascimento do bezerro.
Isso sim é trama. Sem falar que: Só eu que percebi que possivelmente o Tio do
Tretch que se suicidou é gay?
Os personagens também
ajudaram muito. São todos tão diferentes e interessantes ao mesmo tempo. Matt,
seus dois pais, Amy, Lana, Joe, os avós e pais de Tretch, Bobby... É uma trama
tão simples, mas tão encantadora. Faz você ficar com os olhos molhados em
vários momentos, e te faz rir bastante também. Acho que achei mais um autor
preferido.
Obs.: O titulo do livro
teria muito mais sentido se continuassem em inglês, fazendo alusão a musica da
Ellie... E a capa americana é muito mais incrível, convenhamos!
34/55