19 de setembro de 2016

Resenha - Carry On

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Carry On"
Autor: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
ISBN:  9788542808247
Ano: 2016
Páginas: 480
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Simon Snow é um bruxo que estuda numa escola de magia na Inglaterra. Profecias dizem que ele é o Escolhido. Você pode até estar pensando que já conhece uma história parecida.
        O que você não sabe é que Simon Snow é o pior escolhido que alguém já escolheu. Poderosíssimo, mas desastroso a ponto de não conseguir controlar sequer sua própria varinha, Simon está tendo um ano difícil na Escola de Magia de Watford. Seu mentor o evita, sua namorada termina com ele e uma entidade sinistra ronda por aí usando seu rosto. 
     Para piorar, seu antagonista e colega de quarto, Baz, está desaparecido, provavelmente maquinando algum plano insano a fim de derrotá-lo. Carry On é uma história de fantasma, de amor e de mistério. Tem todos os beijos e diálogos que se pode esperar de uma história de Rainbow Rowell, mas com muito, muito mais monstros".


***

“-[...] Aqueles vampiros estavam embasbacados com você – digo. – Queriam botam um coroa na sua cabeça.
- Você está sugerindo que eu passe para o outro lado?
- Não. Estou só dizendo que você foi incrível hoje.
- Não está me ouvindo, está?
- Estou, sim – digo. – Mas você está errado. Nada vai voltar ao normal depois disso. Como poderia voltar?
- Porque somos amigos agora?
- Porque somos mais do que isso.
Baz apanha o atiçador e cutuca o fogo.
- Um beijo, e você já acha que o mundo está de cabeça para baixo.
- Dois beijos – digo. E eu o seguro pela nuca”.

Ainda não havia lido nada dessa autora – por mais indicações que houvessem – e posso dizer que me surpreendi. Me surpreendi de uma forma muito louca. Louca a ponto de ler  as 447 folhas em 3 dias apenas. Para quem não conhece, essa semana eu resenharei o livro “Carry On”, que é meio que um spin-off que nasceu do livro “Fangirl” – Nesse livro a personagem principal é louca por uma série de livros chamada Simon Snow, dai, com o sucesso do livro, a autora decidiu transformar essa série imaginaria, em real.
Para quem não conhece a autora, Rainbow Rowell, nasceu em Omaha, no dia 24 de fevereiro de 197. É uma famora autora norte-americana de livros jovens-adultos. Suas obras “Eleanor & Park” e “Fangirl” receberam muitos elogios de crítica e público em 2013. Seus quatro livros já foram publicados no Brasil pela editora Novo Século. Rainbow foi colunista e copywriter no jornal Omaha World-Herald entre 1995 e 2012.  
A autora começou a escrever aquele que se tornaria o seu primeiro romance a ser publicado, Attachments, nos seus tempos livres. Rainbow teve um filho nesta altura e fez uma pausa na escrita do manuscrito durante dois anos. O romance, publicado em 2011, é uma comédia romântica contemporânea sobre um "it guy", Lincoln O'Neil, que tem um único trabalho: monitorar o e-mail de outras pessoas. Ainda em 2011, Rainbow terminou o primeiro rascunho do romance Fangirl para o projeto National Novel Writing Month. Este foi o primeiro livro escolhido para o Reblog Book Club da rede social Tumblr.
Em 2013, foram publicados dois livros de Rainbow: Fangirl e Eleanor & Park. Ambos os romances foram escolhidos pelo The New York Times como sendo dois das melhores ficções para jovens adultos do ano. Eleanor & Park foi ainda considerado um dos 10 melhores livros do ano pela Amazon e o melhor livros para jovens adultos do ano pelos utilizadores do site Goodreads.
Em outubro de 2015 foi publicado o seu quinto livro. Carry On baseia-se na série de livros de fantasia de Simon Snow que surge em Fangirl e representa o oitavo livro da série, livro esse da qual falaremos hoje, sim!!!

“Insipidez insidiosa, uma mundanidade que se arrasta para dentro da sua própria alma”.

Essa possivelmente é uma história bem louca – e muito bem feita – baseada em Harry Potter. Simon, o escolhido, se encontra agora em seu ultimo ano na escola de magia de Watford. Durante todos os seus oito anos na escola, coisas loucas e perigosas sempre aconteciam. Ele já matou um dragão, duendes, quimeras – essa foi culpa de Baz – e no ano anterior chegou até a ficar cara a cara com o Insípidum, o real responsável por todos os ataques e por tudo de ruim que acontecia no mundo da magia. Como se não bastasse essa luta que nunca termina com seu inimigo Insípidum, Simon ainda travava batalhas diárias com seu arque inimigo já declarado, Basilton.
O fato era que: eles dividiam o quarto, e Simon além de saber que Baz queria acabar com sua vida, também tinha certeza de que ele era um vampiro.
Com as voltas as aulas, muita coisa acontece, começando pela ausência de Baz. Simon já começa a pirar achando que ele está tramando a sua morte, já que o mundo da magia, em especial a família de Baz, está passando por uma fase muito conturbada, para não dizer que estão em guerra. Mas tudo muda quando, durante uma noite – em que Baz ainda está fora, desaparecido – um fantasma entra no quarto de Simon e começa a se comunicar com ele. Isso tudo causado pela queda do Véu, fato que acontece a cada 20 anos. A partir disso Simon se vê obrigado a pedir uma trégua no seu ódio contra Baz e ajudá-lo.
A única coisa que ele não imaginou no começo disso tudo é que a história se enraizaria de tal forma que, a partir desse momento, todo o mundo mágico, pelo menos a parte britânica, estaria a mercê do que o trio, Simon, Baz e Penny – sua melhor amiga -, fossem descobrir – isso sem falar no amor devastador e mais lindo do mundo, que nasce a partir dessa junção. Meus caros, que livro maravilhoso!!!

“- Entreguei a ele minha magia, Baz. Está tudo acabado.
- Quem precisa de magia? Vou transformá-lo em vampiro e fazer você viver comigo para sempre”.

No inicio eu li um comentário sobre o livro dizendo que, “Quem não leu Fangirl, não vai entender esse livro”... Meu amor, GO BACK TO THE PARTY CITY WHERE YOU BELONG! Eu não só entendi, como amei e tornei essa leitura a segunda melhor da minha meta de 2016.
Fica difícil eu falar mais sobre o enredo em sí sem soltar nenhum spoiler crucial. E não vou fazer isso. Eu quero mesmo é falar sobre essa história brilhante, destruidora de conceitos e maravilhosa. Primeiro que, como um não adepto aos livros da Rowell – pelo menos até agora, pois já quero todos os livros dela – eu me surpreendi com a forma que o enredo, o clímax e os personagens te fazem ficar preso a toda a história. Você literalmente não consegue para de ler. É uma sucessão sem fim de “Só mais esse capítulo”. No meu primeiro dia de leitura eu simplesmente li 200 páginas!
Além da escrita, a autora acerta também na trama. Eu notei muita coisa de Harry Potter e também de Magistérium. E eu acho que essa era a intenção. É tudo muito descarado e engraçado. As magias, meu deus, são incríveis. São frases de ação, cantigas antigas de criança e ditados populares, e isso faz a história ficar hilária - hilária a ponto de Baz combater um dragão controlado pelo insípidum com aquela canção do sabiá que fugiu da gaiola! Vocês não têm noção.
Segundo eles, quanto mais conhecidas sejam as palavras, mais forte fica a magia. Imagina o que a gente não conseguiria fazer com um “Miga, sua loca” hoje em dia!!! Além disso, o livro também traz aquela coisa toda de um vilão sombrio, um inimigo, a melhor amiga, uma guerra entre o mundo mágico e etc. Mas esse foi o acerto da autora. Ela não jogou tudo lá de qualquer forma, ela amarrou tudo àquilo com uma história principal incrível, nova e totalmente diferente do que a gente imagina.
Além de trazer um livro contado sobre várias perspectivas, a autora também traz uma temática gay no meio de tudo – fazendo o que todos queriam que J. K. Rowling fizesse entre Harry e Malfoy, mas não rolou – e transforma o personagem principal em namorado do seu inimigo, Baz. Eu nem preciso dizer que amei né?
Baz é aquele cara metido, arrogante, sensual e rico que todo mundo ama odiar. Simon é o herói forte, simples, faminto e incrivelmente lindo. Imagina esse casal gente? Eles acabam juntos para desvendar um enigma envolvendo a mãe morta de Baz e acabam descobrindo muito mais. Muito mais além do que amor. Eles descobrem quem é o vilão mor e o que isso significa. E esse é um ponto crucial.
A autora acertou em cheio quando criou esse “vilão”. É algo bem mais enraizado, é mais complexo do que a gente pensa. No fim, o vilão real é alguém da qual eu nem citei aqui. A história toda, no fim das contas, é uma consequência de atos dele.
Nesse momento eu estou tirando o meu chapéu para essa história, e guardando um espaço de honra na minha cabeceira. Leiam, de verdade, eu sei que esse livro um olho da cara + um rim, mas vale a pena cada real gasto!
37/55

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o login usando sua conta do Twitter, Facebook ou Blogger e comente ;)