31 de outubro de 2016

Resenha - Cidade dos Etéreos

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Cidade dos Etérios"
Autor: Ransom Riggs
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580578904
Ano: 2016
Páginas: 384
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Cidade dos Etéreos dá sequência ao celebrado O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, em que o jovem Jacob Portman, para descobrir a verdade sobre a morte do avô, segue pistas que o levam a um antigo lar para crianças em uma ilha galesa. O orfanato abriga crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à poderosa magia da diretora, a srta. Peregrine.
     Neste segundo livro, o grupo de peculiares precisa deter um exército de monstros terríveis, e a srta. Peregrine, única pessoa que pode ajudá-los, está presa no corpo de uma ave. Jacob e seus novos amigos partem rumo a Londres, cidade onde os peculiares se concentram. Eles têm a esperança de, lá, encontrar uma cura para a amada srta. Peregrine, mas, na cidade devastada pela guerra, surpresas ameaçadoras estão à espreita em cada esquina. E, além de levar as crianças a um lugar seguro, Jacob terá que tomar uma decisão importante quanto a seu amor por Emma, uma das peculiares.
     Telecinesia e viagens no tempo, ciganos e atrações de circo, malignos seres invisíveis e um desfile de animais inusitados, além de uma inédita coleção de fotografias de época — tudo isso se combina para fazer de Cidade dos etéreos uma história de fantasia comovente, uma experiência de leitura única e impactante".

***

Sobre o autor
Ransom Riggs nasceu em Maryland , em 1980, em uma fazenda de 200 anos de idade, e cresceu na Flórida. Ele estudou literatura Inglês no Kenyon College e estudou cinema na Universidade da Califórnia do Sul .
Seu trabalho em curtas-metragens para a Internet e blogs para Floss Mental arranjou-lhe um emprego escrevendo “The Sherlock Holmes Handbook”, que foi lançado como um tie-in para 2009 Sherlock Holmes filme.
Riggs tinha recolhido curiosas fotografias vernaculares – antigas, velhas - e se aproximou de seu editor, Quirk Books, para falar sobre a possibilidade do uso de alguns delas em um livro de imagens . Por sugestão de um editor, Riggs usou as fotografias como um guia para assim montar uma narrativa. O livro resultante foi Início da série “O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares” que rapidamente entrou para a lista do New York Times Best Seller.

“- Esme não consegue... fazer nada? – perguntei.
- Eu sei contar até cem de trás para a frente com voz de pato – gabou-se Esme, entre uma fungada e outra, e logo começou a demonstração, grasnando: - Cem, noventa e nove, noventa e oito...” – Pág. 258 e 259.

Sobre o livro
Agora, depois do ataque e da quase captura da Srta. Peregrine, os pequenos peculiares, que até então nunca haviam saído daquela ilha perdida no mundo e no passado, vão precisar desbravar o mar e sumir daquele lugar em busca de ajuda. Como se não bastasse o ataque e a captura de mais uma ymbryne, os acólitos haviam conseguido, de alguma forma travar a Srta. P em sua forma de ave de rapina. Ela não conseguia mais se transformar em humana.
Juntos, eles atravessam o mar que separa a ilha do continente e aos trancos e barrancos, graças ao livro dos Contos Peculiares, encontram mais uma fenda do tempo – fenda essa pertencente a Srta. Wren. Mas as esperanças logo se esvaem quando os peculiares descobrem que o tempo era curto e que a Srta. P só tem mais dois ou três dias. Depois disso sua parte animal tomará conta e ela nunca mais poderá se transformar de novo, estacando em forma de um falcão para sempre. A única que pode ajuda-la com isso é outra ymbryne e a única que ainda não foi capturada pelos acólitos é  exatamente a Srta. Wren – que foi vista pela última vez em Londres, enquanto tentava salvar outros peculiares.
É a partir dai que as coisas começam a acontecer na vida das crianças peculiares. Em meio a uma guerra mundial, 1940, eles ainda terão que sobreviver a mais uma guerra: A guerra do mundo Peculiar, que corre, a cada dia que passa, mais perigo de se extinguir.

“ – Eft kaa vangan soorken, eft ka vangan soorken, malaaya...
- É a língua do antigos peculiares – sussurrou Millard. – “Volte para casa, volte para casa... Lembre-se de quem você é”... Algo assim” – Pág. 305.

Sobre o que esperar
Esse é o tipo de história que anda em uma linha tênue entre o primeiro e o segundo volume. Linha essa que pode pender para o lado do “Hum, ficou meio ruim esse enredo, hein” e para o lado do “Gente, que que é isso? Meu deus, preciso ler mais”.
Obviamente, a segunda opção é a certa. Ao contrario da maioria das histórias em que lemos, tudo é muito neutro e calmo do começo até o meio – ás vezes até o inicio do final -, mas preparem seus corações para esse volume. Ransom Riggs transforma cada capítulo em uma aventura a parte. Cada fase, cada capítulo, tem sua adrenalina a parte, que quando junta ao resto do enredo como um todo, faz com que essa seja uma das histórias mais contagiantes que alguém posso decidir por ler.
A escrita é ainda mais gostosa e corrida que a do primeiro volume. Em Cidade dos Etéreos, Riggs apresenta ao seu leitor um mundo peculiar muito maior do que nós acreditávamos existir. E isso é uma das coisas incríveis que o autor acertou em cheio. O enredo tinha tudo para sair um pouco do trilho, ficar perdido e confuso, mas Riggs não perdeu em momento algum o fio da meada. Introduziu novos personagens, novos ambientes, mostrou novas facetas do mundo peculiar – como animais peculiares, contos de fadas peculiares que são pistas e também crianças peculiares que saem completamente do caminho que a maioria decide por tomar.
Embarcamos em uma corrida contra o tempo – o livro todo acontece em coisa de três dias. Emma, Horace, Enoch, Olive, Hugh, Millard, Bronwyn e claro, Jacob, rodam uma boa parte da Europa dos anos 1940, sobre bombas e perseguições, em busca de ajuda para a sua diretora.
Eu achei que realmente, em certo ponto, eu me perderia. Eles estão em uma fenda do tempo, dai entram na fenda dos animais peculiares, e saem, voltando para a fenda deles. Depois encontram mais uma fenda, onde encontram a pomba peculiar que pode os levar até a ymbryne Wren. Eles saem dessa fenda – adicionando mais 3 peculiares ao grupo – e voltam para a fenda original. Depois disso a pomba os levam até a ultima fenda, onde a Srta. Wren tecnicamente está – lé em meados de 1800 – e por fim, saindo dessa fenda eles voltam para os dias atuais... SPOILER desculpa, contei um pedacinho.
Mas eu realmente não me perdi, entendi certinho como elas acontecem e até me surpreendi com coisas obvias como: Eles estão no passado, em 1940, por exemplo. Não importa o que eles façam ou quem eles salvem. A pessoa já estará morta no tempo original do mundo. É bem louco pensar assim. Deram até o exemplo do Hitler. Não adiantaria mata-lo enquanto ainda bebê, pois o tempo daria um jeito de fazer com que tudo que deveria acontecer, acontecesse.
É incrível que o autor tenha pensado em tudo isso e criado esse mundo parelelo ao nosso. Confesso que peguei a essência do terceiro livro já no inicio desse volume, e nem preciso dizer que estou sedento para lê-lo. Muita coisa vai acontecer.
Esse final, de verdade, é o maior “engana trouxa” que eu já vi. Bem coisa de canceriano: acha que tudo ta lindo e perfeito, mas no final, tudo explode em um monte de papel de trouxa. De verdade, se preparem para esse final. Não só se preparem como já estejam com o terceiro volume em mãos. Fica a minha dica.
Uma leitura maravilhosa. Era isso que eu precisava – e ainda preciso.
43/55 

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