3 de outubro de 2016

Resenha - Vivian contra a América

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Vivian contra a América"
Autor: Katie Coyle
Editora: Agir Now
ISBN:  B001A75JOK4
Ano: 2016
Páginas: 298
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Vivian Apple tem um currículo surpreendentemente variado. Aos 17 anos, passou de boa moça estudiosa a revolucionária procurada, atravessou os Estados Unidos de carro com os amigos, lutou contra um bando de adolescentes doutrinados, encontrou uma irmã que nem sabia que existia e descobriu segredos sombrios sobre um culto que dominou a América. O próximo passo? Tentar determinar o paradeiro de Peter, seu meio-que-namorado, antes que o mundo acabe (de novo), em três meses.
Perdidas em São Francisco, perseguidas por grupos religiosos e caçadores de recompensa e enfrentando uma sociedade cada vez mais próxima do colapso, Vivian e Harp estão em perigo e nem sabem por onde começar a busca por Peter. Até que uma pista as leva a Los Angeles, para o hotel Chateu Marmont, o improvável quartel-general da Igreja Americana, onde supostamente grandes nomes esperam pelo fim do mundo. Parece que Vivian precisa salvar o país, seus amigos e a si mesma, ou arriscar perder tudo que ama mais uma vez.
Vivian, Harp, Peter e seus amigos são retratos de uma geração que tenta encontrar seu lugar num mundo que parece enlouquecer. Idealistas e ao mesmo tempo pé no chão, não vão parar por nada até descobrir a verdade nesta continuação de Vivian contra o apocalipse. Com personagens bem-construídos, diversos e apaixonantes, e uma trama cheia de ação e reviravoltas, Vivian contra a América é uma maravilhosa adição a qualquer biblioteca, que vai fazer você questionar tudo, até suas próprias crenças e convicções".


***

“- Nós nos esforçamos porque estamos vivas, Vivian Apple. E porque somos corajosas e boas. Se conseguirmos melhorar as coisas, nem que seja só um pouquinho, é o que devemos fazer, enquanto ainda podemos” – Pag. 11.

Sobre a autora
Coyle cresceu em Fair Haven, New Jersey e tem mestrado na Universidade de Pittsburgh. Seu romance de estreia, “Vivian contra o Apocalipse” (2015), foi nomeado um dos quarenta melhores romances YA de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Sua ficção ganhou o Prêmio Pushcart, e tem sido destaque em veículos como The Southeast Review, Critical Quarterly, entre outros. Hoje ela vive em San Francisco com o marido, e toma conta de seu blog: katiecoyle.com.

“- Eu queria conseguir enxergar as coisas com tanta clareza quanto você – comenta Winnie, depois de um longo silêncio. – É tudo preto no branco para você, não é? O bem contra o mal, os Crentes contra os Descrentes, você contra o mundo” – Pág. 59.

Sobre o livro
Encontrar o pai de Peter e o real paradeiro de Frick era até então a missão de Vivian, Harp e Peter. Mas a partir do momento em que eles encontram a casa escondida, os dois “messias” e descobre o que realmente está por trás de todo esse apocalipse/arrebatamento, as coisas ficam feias para todo mundo.
Peter fica para trás, Vivian e Harp correm contra o tempo para sumir do lugar antes que a Igreja Americana apareça por lá e infelizmente esse é só o começo do pesadelo. Vivian e Harp descobrem, da pior forma possível que, a Igreja não só sabe que elas estiveram lá, como também oferecem uma recompensa de 1 milhão de dólares para quem as capturar. Vivian, entendendo o perigo de toda essa situação, até volta para a casa de sua meia irmã e pede ajuda para sua mãe, mas as coisas não saem como esperado.
No final, Harp e ela se vêm dentro de uma milícia, grupo em que sua irmã, Winnie, trabalha e agora passa a ser o único refúgio que elas têm, afinal, toda a américa está correndo atrás das duas. Como se não bastasse isso, elas ainda precisam descobrir uma forma de expor a verdade para todo o mundo, e evitar a globalização da marca, mostrando a verdadeira face da corporação por trás dos arrebatamentos.
Acreditem, esse livro vai tirar o ar de todos vocês.

“Fique aqui. Depois você pode dizer que estava tentando fazer uma garçonete desvirtuada sofrer a Madalena – Segura a parte da frente de sua blusa, sem querer deixa-lo ir. – É sá falar que viu os olhos cheios de luxúria dela quando te ofereceu caviar e então o Espírito Santos compeliu você a tirá-la dessa vida pecaminosa” – Pág. 178.

O que esperar?
Havia até me esquecido de quão maravilhosa é a escrita de Coyle. Iniciei a leitura preguiçosamente, mas foi impossível não seguir o ritmo do enredo e me jogar de cara nesse mundo a beira da destruição.
Realmente, o clima está louco. Tsunamis, furacões, tempestades, terremotos, queimadas. O dia agora passa a ter sol até dez da noite, a agua começa a ficar escassa e muitas outras coisas. Segundo os cientistas, o sol está morrendo. Mas ninguém liga para isso. Para toda a América, tudo isso é a anunciação do fim do mundo e, que se Frick assim quiser, todos serão salvos na segunda balsa.
É nesse cenário que acompanhamos essa segunda empreitada de Vivian e Harp na tentativa de derrubar uma corporação que alienou todo um país com suas mentiras imbecis. Assim, realmente, são mentirinhas infantis e imbecis, mas por conta de todos os ocorridos as pessoas acreditam. Não me lembrava de algumas coisas e de alguns nomes, mas não tive problema em entender e me apaixonar. Toda a história faz você se sentir assim, em êxtase e tensão.  É difícil explica todo o enredo de concisa e alinhada. Acontece tanta coisa e tanta reviravolta!
Quando você acha que sabe o que vai acontecer... Puff... Dá tudo errada e os planos mudam. Acredito que esse livro tenha realmente a intenção de mostrar como toda uma mentira se entranhou na sociedade e, infelizmente, a sociedade acredita e se vê dependente disso. É muito engraçado ver as citações da “nova bíblia”, os ensinamentos, o novo estilo de vida e também todo o marketing feito. É muito ridículo ver todo mundo consumindo uma coisa totalmente imbecil, como “camisas e calças para entrar na segunda balsa com estilo e agradar Frick nos portões do paraíso”.

“- Você me chamou de namorada.
Peter me beija  de leve na testa, no nariz e nos lábios.
- Contenha-se, Apple – diz ele antes de voltar para a festa. – Eu te dou minha camisa do time da escola depois que a gente impedir o apocalipse?” – Pág. 180.

Vivian e Harp são inseparáveis, astutas e muito, muito cabeças-duras – sim, ainda mais que no primeiro volume. Eu amo isso nelas. Essa irreverência, e sarcasmo, e ironia, e vontade de acabar com todo esse teatro. Não posso dizer que o caminho delas até o fim do apocalipse é fácil e rápido, mas acreditem, vocês vão amar. Não esperava de forma algum esse final, até porque estamos falando de um país completamente destruído e louco.
Nunca vi um livro que condissesse tão bom com seu título e que fechasse tão bem as pontas abertas da história. De verdade, me apaixonei pela Katie e leria facilmente a lista de compras dela se ela deixasse. Me contem o que vocês acharam desse livro, por que eu estou bem apaixonadinho sim! Achei apenas que o Peter teve um papel bem bosta nessa história toda – pelo menos até o final, no final sim ele mostra ao que veio – mas até então suas aparições são bem mais ou menos... E nem preciso dizer que quase gritei quando o Dylan apareceu né? Melhor personagem!!!
39/55

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o login usando sua conta do Twitter, Facebook ou Blogger e comente ;)