7 de outubro de 2013

Resenha - Três

Cuidado, contém alguns GRANDES SPOILERS!!!

Nome: Três
Autor: Melissa Panarello
Editora: Suma de Letras
Ano: 2011
ISBN: 9788560280988
Skoob: Livro

Sinopse: ""Se nos acostumamos a comunicar mais coisas a mais pessoas ao mesmo tempo, por que querem nos convencer de que é impossível amar várias pessoas ao mesmo tempo? - perguntaram-se, certa madrugada, várias horas depois da meia-noite, enquanto esperavam o amanhecer numa janela..."- Três, de Melissa P. Depois de 100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama, ousado e bem-sucedido relato autobiográfico sobre a descoberta do sexo, a autora italiana Melissa Panarello retorna à polêmica em seu novo romance com a história do amor heterodoxo de Gunther, Larissa e George, para quem a busca da felicidade no amor e na cama não passa pelos caminhos óbvios. Três é a consagração de um triângulo amoroso. Ambientado entre Itália, na França e Argentina, a escritora apresenta uma novela erótica em que a experiência do prazer a três é retratado como um caminho possível para a realização, sem tabu, do desejo. A autora, no entanto, tem consciência do conservadorismo dos países latinos - e, em especial, o da sociedade italiana - em relação a experiências erótico-sentimentais pouco convencionais. É precisamente por isso que suas histórias picantes têm um papel libertador que a tornam ainda mais amada entre seu público jovem - sem importar sua origem cultural. Gunther, já com mais de 40 anos, é alcoólatra, tem sérios problemas familiares e vive de pequenos bicos. No entanto, sabe disfarçar a falta de perspectivas de sua vida atrás de uma boa aparência física e uma lábia excepcional, que lhe garantem uma série de relacionamentos e encontros fugazes. Em Roma, ele conhece Larissa e seu marido, Leo - e, embora se interesse pelos dois, é com Leo que se envolve a princípio. Larissa é uma moça sensível, amante da astrologia e da poesia, de vida aparentemente mais centrada do que Gunther. Mas ganha menos do que gostaria, se droga mais do que deveria, não tem apoio da família - financeiro ou emocional - e o casamento já não satisfaz a ela ou ao marido. O divórcio é inevitável e a faz afundar ainda mais nos seus problemas. Gunther, passando por Paris, conhece o fotógrafo George num ponto de ônibus. O que parecia mais um numa longa série de encontros acaba virando a relação mais estável de Gunther em muito tempo. O que não o impede de, no retorno a Roma, fazer do reencontro casual com Larissa o estopim de um novo caso. Não que isso seja um problema para George: ele vai a Roma, conhece Larissa e os três passam a viver juntos. O cotidiano hedonista do trio só é abalado quando Larissa se descobre grávida. A dúvida sobre a identidade do pai, no entanto, é só mais um desafio para o relacionamento improvável em que a moça e os dois rapazes desenvolvem sem pretensão de questionar modelos afetivos. "Não queriam mudar o mundo, sabiam que aqueles que tentaram antes deles haviam fracassado. Queriam mudar-se a si mesmos", descreve Melissa."

"1, 2, 3, não somos só eu e você, estamos em uns oitenta graus e eu estou presa no meio contando, 1, 2, 3, Larissa, Gunther e George, fazendo a 3, todos amam foder... Contando..."

Depois de uma tentativa de introdução escrota como essa - pra quem não sacou é uma alusão ou tentativa de assimilação da musica da Britney Spears, 3, com o livro (sim desculpem, minha mãe deixou eu cair quando era pequeno!) - tenho que começar dizendo o seguinte: Me decepcionei e ao mesmo tempo me identifiquei muito com o livro.
Comprei esse livro em uma promoção do Sub, vi a capa, me interessei e vi a resenha. Vendia um romance onde um ‘casal’ de três pessoas dividiram experiências juntos, um ménage sem fim, como um tapa na cara da sociedade. Ouvi ótimas criticas a respeito do seu primeiro livro, “Cem escovadas antes de ir para a cama”, um diário verídico que relata sobre sua vida sexual na adolescência, em busca de alguém para amar e a procura de alguém que a ame. No livro ela relata experiências que modificaram sua vida ou até mesmo sua personalidade, descobrindo a vida se rendendo aos prazeres carnais. O livro vendeu mais de meio milhão de cópias, somente na Itália, rolou até um filme, mais foi uma bosta – foi o que todos disseram!
E então eu comprei. Estava lendo o “Olho por Olho” da Jenny Han, e contava os minutos para terminar e começar esse. E foi o que fiz.
Então o que temos?
Larissa, uma poetisa que mora em Roma, que já no início do livro separa de seu marido, frouxo e sem paixão alguma, digamos frio, iceberg talvez. Depois disso muitos homens passam por sua cama, suas inspirações somem, ela não consegue escrever mais nada de poesia, se entrega ao álcool, ás drogas, até que finalmente reencontra Gunther, um antigo ex-amigo de seu ex-marido, ele criava Papagaios em casa, e vivia uma vida boemia de dar inveja. Tinha já seus quarenta e poucos anos mais estava em perfeitas condições. Eles acabam transando, e Larissa de certa forma não sentiu o que normalmente sentia com os outros homens. Com Gunther, foi diferente, talvez fosse a culpa de transar com um ex-amigo de seu ex-marido, mais no fundo ela sempre desejou isso, e o lençol manchado de sangue e gozo no chão da sala é prova disso, Larissa o deixou ali como prova de algo. Se ela lavasse o caso seria real, ela teria sim transado com Gunther, se o deixasse ali, poderia todos os dias ao olhar para ele, imaginar uma situação diferente, onde Gunther não havia penetrado em seu sexo menstruado.

Sim, eu sei, macabro, mais continuemos...

Depois disso George entra em cena, um andarilho, que não gosta de montar acampamento em apenas um lugar por muito tempo. Vivia fugindo de sua irmã, que cuidava de sua mãe, já em estado bem grave depois de um acidente de carro. Ele sabia que se atendesse á sua irmã, acabaria voltando para casa e tendo uma vida tão miserável quanto à dela. Ele então, já em Roma, reencontra seu amigo, Gunther, e juntos decidem sair em viajem. O destino deles? Ah, sempre em frente, podemos assim dizer. E é em uma dessas noites em que, correndo atrás de algum animal em uma floresta entre a Toscana e o Lácio, eles acabaram se beijando, ali no meio do nada, com os corpos colados. George um pouco depois disso, já drogado acaba tendo uma visão de sua mãe, sendo penetrada por um rapaz musculoso, em plena praça publica, enquanto outras mulheres e homens dançavam á sua volta e decide partir, sem Gunther. Ele apenas deixa um bilhete e some pela estrada.
De certa forma eu não esperava um romance tão boêmio. Tão patriota assim sabe. Eu esperava tudo, menos isso. O que me surpreendeu e ao mesmo tempo decepcionou.
Eu gostei sim da história, mais achei que em certos pontos a autora pecou. Certos pontos tem um timer perfeito, que você começa a ler e não quer mais parar, mas em outros, a coisa fica muito monótona, muito trágica e depressiva. Não consigo imaginar ninguém vivendo como Larissa, sem um tostão nos bolsos e com zilhões de gatos para alimentar. Uma poetisa metida à cartomante que não conseguia escrever nada que prestasse. E, sinceramente achei nojento e desnecessário o Geoge transar com a mãe dela. Não achei uma história tão envolvente por completo.
Mas ainda assim curto muito essa coisa meio”chula” na escrita, com palavras escrotas, e populares que a maioria dos escritores não falam. Li muitas coisas falando sobre a autora ser uma escritora erótica, e acho errado esse tipo de taxação, o livro em si, não é tão erótico assim, tirando uma ou outra cena realmente quente, a maior parte do livro fala sobre essa concepção de certo e errado entre um romance a três, o compartilhamento do amor, da paixão, do sexo, ao contrario do que as pessoas imaginam, que em um triângulo você tem que dividir seus sentimentos, na realidade, você tem mais sentimento a dar e receber, á flor da pele, em combustão, são três pessoas, três sentimentos a serem compartilhados. São três bases para se apoiar ao invés de duas.
Com uma escrita um tanto depressiva e ás vezes até um pouco louca, Melissa nos coloca em volta de um cenário boêmio onde o sexo e a procura por prazer dá lugar á busca pela maternidade e a aceitação de vários tipos de amores. Sem preconceitos, sem discriminações.
Tive dificuldade em me afeiçoar mais com os personagens, de todos, acho que George é o que mais me agradou. Assim como Larissa disse:

“[...] eram azuis, uma cor que ela considerava tão maligna quanto o numero cinco. Estava convencida de que existia uma relação entre o numero cinco e a cor azul e sempre amou os homens com olhos cor do bosque, por que representavam o numero sete. Os olhos cor do bosque mentiam muito pouco, enquanto os olhos azuis eram indecifráveis, sempre perdidos além do horizonte, excessivamente concentrados nos deslocamentos de ar.”

Assim, indico esse livro apenas se você estiver realmente intrigado com a história, o fim é meio, digamos, bobo, simples, ainda não entendi porque George... SPOILER... Foi embora. Esperava um pouco mais. Obvio que fica claro do ciúmes que Gunther acaba tendo de George e Larissa, algo que com certeza acaba acontecendo a certo ponto de toda relação á três, um acha que o outro gosta mais do outro e vise e versa, mais não esperava ver o George se separando. Um livro bom e ruim ao mesmo tempo. Digamos que agridoce define. Em certos pontos doce, em outros nem tanto.
Não vai se arrepender de ler, mais daí já é com você. Se tá acostumado a ler 50 tons molhados de prazer feminino nem tente. Estamos falando de um livro boêmio vindo lá da Europa talvez seu intelecto não processe certas palavras ou citações.
Hahaha’ 2Beijos! 

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