25 de janeiro de 2016

Resenha - A Evolução de Mara Dyer

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "A Evolução de Mara Dyer"
Autor: Michelle Hodkin
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501098597
Ano: 2014
Páginas: 406
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "As misteriosas e perigosas habilidades de Mara continuam a evoluir. Ela sabe que não está louca e agora precisa se prender desesperadamente à sanidade. Mara sabe que é tudo real: pode matar com um simples pensamento, assim como Noah pode curar com apenas um toque e que Jude, o ex-namorado morto por ela, está realmente de volta. Mas para descobrir suas intenções, deve evitar uma internação em um hospital psiquiátrico. Confusa com as paredes se fechando e ruindo ao seu redor, ela deve aprender a usar seu poder". 

***

Essa semana teremos uma resenha de um livro destruidor de psicológicos. Depois de uma pausa de anos, aqui estou eu, falando da Mara Dyer de novo! Vamos falar primeiro da autora? Então, a responsável por essa loucura toda é a Michelle Hodkin. Hodkin cresceu no sul da Flórida, fez faculdade em Nova York e em Michigan. Quando não está escrevendo pode ser encontrada brincando com seus três cachorros. Sua trilogia “Mara Dyer” tornou-se rapidamente um Best-seller do New York Times, USA Today e Publishers Weekly, além de entrar no Top 10 de livros Young-Adult do ano de 2014 pela Time.com.
Sua trilogia foi agraciada por nomes como Cassadra Clare (Os Instrumentos Mortais): “Assombrosa e onírica”; e Veronica Roth (Divergente): “Assombrosamente engraçado, deliciosamente assustador e genuinamente pensativo”.

“Se eu fosse viver mil anos, pertenceria a você durante todos eles. Se fôssemos viver mil vidas, iria querer torná-la minha em todas elas".

Mara acorda em um hospital. Já parece ser normal isso, sabe, acordar do nada e se encontrar em uma cama de hospital. Mas dessa vez a culpa realmente foi dela. No final do primeiro volume ela entrou em uma delegacia e confessou seus crimes... Isso além de surtar e dizer que seu namorado(EX NAMORADO) estava vivo... No final, ali estava ela, internada, sob supervisão, de novo.
Sua família achou melhor interná-la novamente. Ao que parece o TEPT havia voltado e Mara estava alucinando. Tudo isso graças a junção dos acontecimentos loucos desses últimos 6 meses. Mas ela sabia que não era isso, por mais que dissessem e provassem que o maldito estava morto, ela sabia que não. Sabia que o viu, que o sentiu e que o rapto de Joseph tinha algo haver com ele. Jude. Mas no momento ela tinha outros problemas: Se os exames psicológicos dissessem que Mara estava instável, ela acabaria trancafiada no centro de internação/terapia Horizontes. Seria obrigada a passar 3 meses sem contato com ninguém neste lugar para ver como seu quadro se desenvolveria.
Quando tudo parece estar conspirando contra Mara, Noah aparece, sorrateiramente, e a ajuda a se livrar do problema inicial – nada que um isqueiro e uma paciente louca não ajude. Mas seus problemas estão longe de se esvair assim Mara poderia voltar pra casa, mas em troca teria que comparecer de segunda á sexta no Projeto Horizontes. Uma terapia que durava o dia todo, com várias atividades e ao final de duas semanas de terapia o laudo final diria o que seria de sua vida: Terapia normal ou enclausuramento definitivo em uma ilha de loucos.
Até ai tudo bem. Sua mãe era psicóloga e ela aprendeu a lidar com eles facilmente, não seria difícil parecer uma garota normal de 17 anos que passou por um trauma profundo mas que sabe que nem tudo o que esta acontecendo em sua vida é real... Só que não é tão simples assim parece sã quando tem alguém te perseguindo! Gente, sinceramente, bem vindos ao thriller psicológico/paranormal mais emocionante e viciante de todos os tempos.

“Aquele era o garoto que eu amava. Um pouco bagunçado. Um pouco quebrado. Um lindo desastre. Exatamente como eu.”

O inicio da leitura foi amargurante. Entendam, eu li o primeiro volume faz dois anos, mais ou menos. Não lembrava de quase nada, de quase ninguém. Então até eu achar o ‘time’ da história de novo levou algumas boas páginas. Mas depois que eu me afundei na trama, meu deus, fiquei até seco!
Mara volta para casa e tudo parece bem até que na primeira noite um gato aparece estripado em sua varanda, com uma mensagem de Jude. Ela respira, fecha a porta como se nada houvesse acontecido e volta para seu quarto, e assim vai. Ela não pode surtar.
É uma sucessão de acontecimentos assim, sabe. Noah agora fica o tempo todo com Mara em sua casa. Ganhou o afeto da família toda. Mas isso parece não significar nada. Jude ainda entra sorrateiramente e deixa presentinhos e mensagens para Mara. Sem falar que, para melhorar a situação, Mara parecia ter encontrado uma fã no Projeto Horizontes e a menina parecia amar infernizar Mara.
A sucessão de fatos demora a acontecer, mas ainda assim a trama é perfeita. Te envolve profundamente. Você lê sedento por respostas, mas não consegue nada. Só caminhos sem saídas, visões desconexas do passado e momentos de brancura total.
Em certo momento passei a acreditar e aceitar que a qualquer momento a autora poderia brincar com todos nós e dizer que sim, Mara era louca de pedra, e que Jude não existia, e que era tudo coincidência. Mas é impossível. Você sabe que não é assim, que não vai ser um caso de “Mentirosos”, da E. Lockhart. E não é, dá para sentir.

“Eles chacoalhavam minha jaula para ver se eu mordia. Quando me soltassem, veriam que a resposta era sim".

Essa sem dúvida foi uma leitura difícil, dolorosa, angustiante e assustadora. Mas não pelos motivos que vocês devem estar enumerando mentalmente. A Evolução de Mara Dyer foi a leitura mais angustiante que eu já tive. A trama se desenvolve lentamente, mas você é consumido de uma forma monstruosa pela escrita. Você começa a se sentir mal, a olhar tudo que acontece com outros olhos, a desconfiar das cenas e das falas. No que eu devo confiar? É isso que acontece mesmo ou ela sonhou?
A trama vai se desenvolvendo como se estivesse em um labirinto. Você não tem resposta nenhuma a respeito de nada. Aparecem pistas, suposições, momentos de lucidez e puff, tudo some de uma hora para outra.
Em certo ponto do livro, passei a odiar todos – menos Noah -, ninguém acredita nela, ninguém da uma chance. Tudo está ali, seria facilmente explicado, com calma e seriedade. Mas eles já têm em mente que Mara é como sua Avó. Louca – ou no melhor dos casos, tem algum tipo de doença mental ou trauma. Eles não escutam o que ela diz, dizem que tudo vai melhorar, que é o melhor para ela... Isso te sufoca de um jeito tão estranho, é como se você, leitor, quisesse falar, explicar, mas não dá, não adianta.
Me senti, em certo ponto do livro, como se eu fosse a Mara. Eu tentava achar uma alternativa de fazer com que tudo parecesse o que é, tipo,  Jude está aqui, ele fez isso, isso e isso, me ajudem... Mas não dá. É impossível.
Posso garantir que esse livro me consumiu. Durante a trama toda, o único “balsamo” nisso tudo era Noah, e ainda assim, mesmo contando tudo para ele e ele ajudando do jeito que dava, a situação continuava tensa. Não chegam a lugar algum, nada da certo, nada tinha explicação. Parecia que com os dias Mara ficava pior, diferente, não internamente, mas externamente, suas feições mudavam e isso estava assustando a todos, sem falar nas visões e no sonambulismo.
É uma leitura fácil e rápida, a escrita flui lindamente, não te cansa nem te deixa entediado, mas ainda assim te deixa cansado. Cansado de ver tentativa em cima de tentativa dar errado e tudo cair até que tudo parece ruir no final e você leva um baque de realidade – que não é a realidade.
Eu lia as paginas finais assim: “Não, não é possível? O QUE QUE É ISSO? EU TO SECA! COMASSIM? GENTE ISSO É A VIDA REAL? O QUE QUE SE TÁ FAZENDO CARA? COMO ISSO É POSSIVEL?!”... O final é de deixar qualquer um careca – e olha que nem tenho tanto cabelo assim. Você não acredita no que é dito, nem no que acontece, mas de uma coisa você sabe: Mara está com sangue nos olhos, e nunca um titulo de livro fez tanto sentido como o do terceiro volume faz!
Deleitem-se com essa história maravilhosa enquanto eu corro para o terceiro, e ultimo, livro.
03/55

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